05/09/2008


Capitulo II do livro Porque Sou Espirita, onde Américo Domingos Nunes Filho refuta as acusações de Dom Estevão Bittencourt a Doutrina Espirita:
Para a devida refutação das agressões do autor à Doutrina Espírita, comentarei de parágrafo em parágrafo as suas assertivas. Diz o religioso: - “Um dos fatores mais atraentes do Espiritismo é a aparente comunicação com 'os espíritos desencarnados', estes parecem acompanhar os vivos, consolando-os e orientando-os; é o que ocorre nos casos do copo falante, da psicografia, das casas mal-assombradas, etc.” O clérigo enquadra a comunicação espírita como “aparente”. Afirma que os espíritos desencarnados “parecem” acompanhar os vivos. Com essa afirmação gratuita, o prelado está negando os inúmeros fenômenos que aconteceram nos ambientes ligados à sua crença, como também os que se verificaram em terras do Oriente, segundo o relato do Antigo e Novo Testamentos. Desde os tempos primitivos o homem pode ver e ouvir os Espíritos. Os fenômenos de vidência e audiência atestam a presença de seres espirituais, confirmando a imortalidade.
No Antigo Testamento, o sacerdote Eli é observador de um fato mediúnico de grande significância. O profeta Samuel, ainda jovem, na sua primeira experiência paranormal, ouvia uma voz que pensava ser a de Eli, deitado próximo a ele. O sacerdote percebeu que Samuel estava sendo utilizado, como intermediário, captando mensagens do Plano Superior (Primeiro Livro de Samuel 3:1-14). Enquanto o exemplo anterior retrata um caso marcante de audiência, trago agora outros tipos de mediunidade, onde a vidência também é relacionada.
O protagonista foi Daniel, célebre profeta judaico da corte da Babilônia. Enquanto presenciava uma visão com “a aparência de um homem” (Daniel 8:15), ouviu a voz de um varão que estava as margens do rio Ulai, a qual gritou: “Gabriel, dá a entender a este a visão” (Daniel 8:16). Gabriel quer dizer “Homem da Luz”. Um Espírito situado em alto grau de evolução, apareceu a Daniel tão nitidamente que o deixou amedrontado (Daniel 8:17). O valoroso profeta, em outra circunstância, viu uma entidade de grande expressão, totalmente iluminada. Os homens que estavam com Daniel nada viram. Ouvindo a voz estrondosa, caiu sem sentidos, rosto em terra. (Daniel 10:5-9) Contestando, a priori, a ação inteligente dos habitantes do Mundo Espiritual junto aos seres terrenos, o padre vibra em consonância com as correntes espirituais inferiores que recusam a revelação divina, transmitida a Humanidade por Benfeitores Espirituais, através de inúmeros intermediários (médiuns ou profetas). No livro de Jó, há o relato de uma passagem bem significativa, provando, o que o eclesiástico nega, a presença insofismável da individualidade espiritual. Declara Jó: “Então, um espírito passou por diante de mim; fez me arrepiar os cabelos do meu corpo; parou ele, mas não lhe discerni a aparência; um vulto estava diante de meus olhos; houve silêncio, e ouvi uma voz” (Livro de Jó 4:15-16). Afirmando que a comunicação mediúnica não é real, o catolicismo, representado por um de seus sacerdotes, está anatematizando a própria Bíblia, denominada de “Sagrada” pela Igreja. Em Atos dos Apóstolos, um discípulo chamado Ananias, em Damasco, vê o Mestre Jesus e dialoga com ele. O Cristo lhe outorga a missão de procurar por Paulo, dizendo-lhe: “Vai, porque esta é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios...” (Capítulo 9, versículos 10 a 16). Conforme se observa, Ananias era um exímio médium vidente e audiente. Através de suas faculdades medianímicas, foi incumbido por Jesus para uma tarefa grandiosa. Entrando na casa onde se encontrava Saulo, apelidado de Tarso, impôs sobre ele as suas mãos e o “convertido de Damasco” tornou a ver. É possível constatar, também, em Ananias, a mediunidade de cura, retirando a cegueira de Saulo, através da aplicação de passes. Lendo a Bíblia, utilizando a ótica do bom senso, os textos passam a ser bem entendidos e a lógica aparece aos olhos do observador. O texto citado acima, parece até uma descrição dos fatos que acontecem dentro dos trabalhos práticos espíritas, onde a mediunidade recebe a devida atenção, já que seu exercício é, segundo relato religioso, “um dos fatores mais atraentes do Espiritismo”.
(...)
O Evangelho de Lucas revela a visão presenciada por Zacarias, no interior do santuário do templo, quando um Mensageiro Espiritual, chamado Gabriel, aparece ao ancião, comunicando-lhe a notícia alvissareira da encarnação de um grande missionário em seu lar, um filho, a quem seria chamado de João. A entidade relata a Zacarias a respeito da elevada posição hierárquica do Espírito a encarnar (Lucas 1:14-15), revelando-o como o profeta Elias que teria de voltar, segundo uma profecia de Malaquias. Inclusive, Gabriel repete a mesma frase, dita por Malaquias, quando alude à reencarnação de Elias: “E irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos” (Lucas 1:17 e Malaquias 4:5-6) O arauto angelical Gabriel, descrito como “homem” por Daniel (Daniel 9:12), é o mesmo ser desencarnado que aparece depois a Maria, anunciando-lhe o nascimento de Jesus. Mais uma vez, o fenômeno mediúnico se destaca nessas passagens evangélicas. Ignorá-lo, é desconhecer a verdade absoluta que emerge dos textos bíblicos. Não reconhecê-lo, corresponde a não aceitar como verdadeiro O Livro dos Espíritos. O reverendo Bittencourt, na trevosa ação de inútil ceifador do Espiritismo, está também demolindo os alicerces de sua própria crença, negando a própria “palavra de Deus”, a Bíblia, o “livro sagrado” do Clero. (...) Na Primeira Epístola de Pedro, Capítulo um, versículo onze, está inserida a comprovação de que os profetas serviram de intérpretes da Espiritualidade Superior: “O Espírito Jesus estava com os profetas”, como também a afirmação do Livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo sete, versículo cinqüenta e três: “Os profetas receberam a lei por ministério dos anjos” , ou seja, através de mensageiros espirituais. Os profetas eram, portanto, médiuns, dotados, principalmente, da mediunidade da Psicofonia ou Incorporação. (...) Quanto ao fato de espíritos inferiores, ainda não esclarecidos, poderem-se comunicar, é preciso esclarecer que nem sempre mediunismo é Doutrina Espírita. Os profitentes da 'Terceira Revelação Divina' seguem, com muita vigilância e atenção, o ensinamento de João: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus” (1a Epístola 4:1) Um único texto do Novo Testamento põe por terra a afirmação do clérigo de que não há comunicação de Espíritos. O ensinamento de João é bem claro: existem seres esclarecidos (provêm de Deus) e Seres Inferiores (não dêem crédito) (...)
Na realidade, o prelado, afirmando a heresia de que os desencarnados parecem acompanhar os vivos, está fornecendo um atestado de repúdio às letras bíblicas. Afinal, que estavam fazendo, em alto monte, os espíritos desencarnados, Elias e Moisés, materializados, acompanhando os 'vivos' que lá estavam, representados por Jesus, Pedro, Tiago e João?
(...)
A propósito, tenho ainda outras abordagens bíblicas, a serem digeridas por todos aqueles que negam a presença dos desencarnados, acompanhando os “vivos”:
1 - Após a transfiguração de Jesus e já aparecendo, materializados, dois grandes vultos do Antigo Testamento, Moisés e Elias, deveriam estar os apóstolos Pedro, Tiago e João bem acordados, e, sem dúvidas, tensos, devido a grande quantidade de adrenalina circulante em seus corpos. Contudo, para tristeza dos que negam o fenômeno mediúnico e para gáudio dos espíritas, o evangelista Lucas diz que “Pedro e seus companheiros achavam-se premidos de sono” (Lucas 9:32). Por que estavam adormecidos?
2 - No primeiro livro de Reis, há também uma descrição bem expressiva, em relação ao tema. O profeta Elias achava-se em fuga, porquanto estava jurado de morte pelo assassínio dos profetas de Baal. Depois de uma longa caminhada pelo deserto, assentou-se debaixo de um arbusto. “Deitou-se, e DORMIU debaixo do zimbro” (I Reis 19:5). Um mensageiro espiritual, materializado, toca-o e lhe diz: “Levanta-te e coma”. A sua frente, se encontravam, materializados, um pão cozido sobre pedras e uma botija de água. Após ter comido e bebido, voltou a dormir. Após algum tempo, ressurge novamente, materializado, o ser espiritual, tocando outra vez em Elias, mandando-lhe comer e beber. A seguir, ordenou-lhe a partida (I Reis 19:6-8)
Por que dou tanta importância ao fato de Elias estar adormecido, antes da chegada do espírito materializado?
3 - No livro dos Atos dos Apóstolos, encontra-se a informação de que Pedro se achava aprisionado à mando de Herodes, DORMINDO na prisão, entre dois soldados, acorrentado com duas candeias. Eis, porém, que surge uma entidade espiritual, materializada, e a cela apresenta-se totalmente iluminada. O ser extrafísico, tocando o lado de Pedro; o desperta e lhe diz: “Levanta-te depressa. Cinge-te, a calça as tuas sandálias. Põe a tua capa, e segue-me” (Atos 12:5-8). A seguir o Evangelista Lucas cita duas referências a Pedro que, “para os que não tem ouvidos para ouvir”, parecem ser enigmáticas: “Pedro não sabia o que era real, o que se fazia por meio do anjo ou mensageiro espiritual; parecia-lhe uma visão” (Atos 12:9). “Então, Pedro, caindo em si...” (Atos 12:11) Por que grifei Pedro dormindo no cárcere? Qual a explicação para as impressões vivenciadas pelo apóstolo já fora da cela?
4 - O fato a seguir ocorreu com Paulo e Silas, açoitados e presos. Os valorosos discípulos de Jesus se encontravam no cárcere, com os pés presos a um tronco. “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus... de repente sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, soltaram-se as cadeias de todos” (Atos 16:23-26) No outro versículo, está uma afirmação assaz claríssima para o entendimento espírita: “O Carcereiro despertou do SONO” (Atos 16:27).
Por que mais uma vez foi ressaltado o fato de alguém estar dormindo? Por que os textos ressaltam alguém estar adormecido, num momento tão importante como o da materialização de Espíritos? Sem dúvida, a palavra autorizada do Consolador surge à nossa frente. O Mestre não nos deixou órfãos, já que a Revelação Espírita, com o beneplácito da ciência, vem esclarecer a todos a respeito da Ectoplasmia e responder as questões por mim formuladas. O Espiritismo ensina que tanto no fenômeno da Materialização, como no de Efeitos Físicos, há o aproveitamento de uma substância, eliminada por um médium, adormecido, denominada ectoplasma. Na materialização, o ser desencarnado se apresenta visível e tangível, devido a impregnação de sua vestimenta espiritual pelo ectoplasma, cedido por um sensitivo, acrescido dos que se formam dos participantes da reunião ou, até mesmo, da natureza. A produção de efeitos físicos é realizada, graças a uma condensação de ectoplasma, dando ensejo à produção de pancadas, ruídos, voz direta e sematologia. Tanto nos fenômenos de efeitos físicos, quanto na Materialização, há necessidade da presença de um médium que tenha a faculdade de liberar substância essencial à realização do fenômeno da ectoplasmia. O sensitivo recolhe-se a uma cabine escura onde se deita e, profundamente adormecido, exterioriza-se o ectoplasma por diversos orifícios do seu corpo, principalmente da boca e das narinas. (...) No “Monte da Transfiguração”, os apóstolos Pedro, Tiago e João serviram-se de médiuns, cedendo ectoplasma para a materialização de Moisés e Elias. Daí o fato de estarem “premidos de sono”. O fato acontecido com Pedro foi semelhante ao acontecido com Elias. Estava dormindo, em transe profundo, cedendo ectoplasma, proporcionando a aparição tangível de um Arauto Espiritual que, inclusive, toca em Pedro, acordando-o. Ao sair da prisão, o discípulo acompanhava o Espírito, pensando ter uma visão, isto é, acreditando-se fora do corpo físico, em desdobramento ou projeção da consciência. Estava realmente confuso, o que vem confirmar que estava acordando de um transe profundo. Essa hipótese é real, porquanto o apóstolo já sozinho, “caiu em si”, isto é, estava compreendendo o que se passava, achando-se “inteiramente lúcido” (Atos 12:11). Em relação a Paulo e Silas, curiosamente, era o carcereiro, o médium de ectoplasma. Daí o texto ser bem claro: “O carcereiro despertou do sono”. Para os que já têm 'OLHOS DE VER' e 'OUVIDOS DE OUVIR' é perfeitamente entendida a mensagem, um tanto enigmática da Bíblia, em que nos fenômenos de materialização e de efeitos físicos descreve-se sempre alguém adormecido. (...) O prelado cita os 'aparentes' fenômenos do 'copo falante', da psicografia e das casas mal-assombradas. A sematologia resume-se na movimentação de objetos mediante a ação dos espíritos sobre a matéria inerte. Talvez o padre desconheça que, na Bíblia, existe uma referência à prática da mediunidade do copo. É encontrada, no Livro de Gênesis, capítulo 44, versículo 5: o undécimo filho de Jacó e o mais velho de Raquel, José, personagem ilustre do Antigo Testamento, utilizou 'o copo, em que bebia, para fazer adivinhações'. Na Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB), tive a oportunidade de presenciar várias reuniões de Sematologia. Alguns parapsicólogos relatam que o fenômeno é causado pela ação do 'inconsciente dos sensitivos'. Pois bem, os médiuns que estavam em ação, movendo o copo, eram todos cegos, botando por terra as razões materialistas para o processo da Sematologia. Quanto a psicografia, há relatos e comprovações científicas abundantes dos trabalhos desempenhados por Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Mirabelli e muitos outros. Inclusive, mensagens celeremente escritas, no papel, em idioma estrangeiro não conhecido pelo médium. Algumas comunicações apresentando-se com as palavras dispostas de trás pra frente, podendo somente ser lidas ao espelho. Outras, sendo encerradas com a mesma assinatura que o 'morto' tinha em vida. Em relação ao fenômeno de 'Poltergeist', existem, amiúde, pesquisas científicas atestando a presença de espíritos do além agindo no ambiente, utilizando a energia ectoplasmática de um médium."
Capítulo VIII do mesmo livro:
"Agora, o sacerdote utiliza-se das armas das chamadas Escrituras Sagradas e da munição das leis mosaicas, para combater a Doutrina dos Espíritos, relatando o seguinte:
Para quem é cristão, o texto bíblico tem valor de guia fundamental. Ora, a Bíblia condena eloqüentemente a evocação dos mortos:
Lv 19, 31: “Não vos voltareis para os necromantes nem consultareis os adivinhos, pois eles vos contaminariam”
Lv 20, 6: “Aquele que recorrer aos necromantes e aos adivinhos para se prostituir com eles, voltar-me-ei contra esse homem e o exterminarei do meio do seu povo”.
Lv 20,27: “O homem ou a mulher que, entre vós, for necromante ou adivinho, será morto, será apedrejado, e o seu sangue cairá sobre ele ou ela.”
Dt 18,10-14: “Que em teu meio não se encontre alguém que queime seu filho ou sua filha, nem que faça presságio, oráculo, adivinhação ou magia, ou que pratique encantamentos, que interrogue espíritos ou adivinhos, ou ainda que evoque os mortos; pois quem pratica essas coisas e abominável a Javé... Eis que as nações que vais conquistar, ouvem oráculos e adivinhos. Quanto a ti, isso não te é permitido por Jave teu Deus”. (Ver ainda II Rs 17, 17; Is 8,19s)
Antes de abordar o assunto da suposta condenação da mediunidade, fico surpreso que de toda a Bíblia, contendo, em especial, os dignificantes ensinamentos do Novo Testamento, o sacerdote se socorra de alguns textos de Moisés, esquecendo-se ou ignorando os demais do Antigo Testamento.
Trago, então, algumas considerações, com exemplos, para meditação e esclarecimento de todos os irmãos, retirados do livro Razão e Dogma, de minha autoria:
As pernas de diversos crimes:
Deus dita leis absurdas a Moisés que, na época em que vivemos, contradizem o caráter divino da Bíblia.
O livro de Levítico corresponde a um tempo de grande atraso, onde as pessoas viviam em tribos hostis e sanguinárias. Estranhas leis eram sancionadas, tão humanas e tolas quanto o modo de pensar da Humanidade de então. É incrível que ainda se pense numa ordenança divina, quando é fácil constatarmos a presença da frágil ignorância humana.
A pena capital é outorgada aos homossexuais, aos adúlteros, aos idolatras e aos feiticeiros. É surpreendente a menção da expulsão do seio do povo daqueles que praticaram um relacionamento sexual durante a época da menstruação (Levítico 20:18)
Se a filha de um sacerdote se desonra, profana o seu pai, com fogo será queimada (Levítico 21:9)
Os deficientes físicos, descendentes dos sacerdotes, são proibidos de penetrar no altar, ou mesmo de 'oferecer o pão do seu Deus'. Um intenso e desumano preconceito é observado na leitura atenta dos textos de Levítico 21:16-24;
'Deus' faz exigências quanto a oferenda: É incrível que alguns religiosos exaltem tanto todos os textos bíblicos, quando utilizando a lógica e a razão, verificamos um sem-número de absurdos. O 'Deus', ao qual se refere o livro de Levítico 22:17-18, marcadamente bem humano e impertinente, ordena que a oferta, a ser oferecida no altar, seja de animais sem defeitos. Mais exigente, ainda, quando determina que não devem ser ofertados animais que tiverem os testículos machucados, ou moídos, ou arrancados, ou cortados (Levítico 22:24). Finalizando o lamentável capitulo, 'Deus' se identifica como o 'SENHOR' e diz: 'Não profanareis o meu santo nome, mas serei santificado no meio dos filhos de Israel: Eu sou o SENHOR que vos santifico'. '...que vos tirei da Terra do Egito, para ser o vosso Deus: Eu sou o SENHOR' (Levítico 22:32-33) Tudo isto não é muito triste, caro leitor?
A recompensa dada por 'Deus' aos seus obedientes seguidores:
No mesmo livro em tela, o 'SENHOR' afirma que, para todos que guardarem e cumprirem os mandamentos, dará chuvas ao seu tempo; a terra dará sua messe, e a árvore do campo o seu fruto (Levítico 26-3-4). 'Mais adiante, 'Deus' diz o seguinte: 'Perseguirei os vossos inimigos, e cairão a espada diante de vós. Cinco de vós perseguirão a cem, e cem dentre vós perseguirão a dez mil...' (Levítico 26:7-8) 'Não é a toa que esse mesmo 'Deus' se denomine o 'SENHOR DOS EXERCITOS'. É incrível, fantástico e extraordinário que o próprio 'Deus' desrespeite o seu mandamento - 'NAO MATARÁS' (Êxodo 20:13);
9) Os castigos da desobediência:
''Deus' ameaça a todos que rejeitarem os mandamentos e estatutos com as seguintes penas:
a) ‘Porei sobre vós terror, a tísica e a febre ardente que fazem desaparecer o lustre dos olhos e definhar a vida...’ (Levítico 26:16).
b) 'Voltar-me-ei contra vós outros, e sereis feridos diante de vossos inimígos...' (Levítico 26:17);
c)‘Trarei sobre vós a espada vingadora de minha aliança...enviarei a peste para o meio de vós e sereis entregues na mão do inimigo’ (Levítico 26:25).
d) 'Com furor serei contrário a vós outros, e vos castigarei sete vezes mais por causa dos vossos pecados' (Levítico 26:28).
e) Destruirei os vossos altos...' (Levítico 26:30).
f) Reduzirei as vossas cidades a deserto e assolarei os vossos santuários...' (Levítico 26:31)
g) 'Assolarei a terra...' (Levítico 26:32).
Um 'Deus' vingativo e mau, totalmente em desacordo com a primeira epístola de João, que nos consola, afirmando-nos: 'DEUS É AMOR' (I João 4-8) (Retirado do capitulo XII do livro Razão e Dogma, Editora O Clarim, do mesmo autor/Américo D. Nunes Filho)
Quanto ao tema em tela, o padre comete um erro de interpretação. Nem a Bíblia, e muito menos Moisés, 'condena eloqüentemente a evocação dos mortos'. Os textos são perfeitamente elucidativos, a respeito da mediunidade praticada por seres humanos bem inferiores, em intercâmbio com espíritos atrasados, principalmente para fins divinatórios, porquanto necromância é a invocação dos mortos para adivinhações.
Não se deve esquecer, por exemplo, dos idólatras que, nos cultos aos deuses de Baal, praticavam a magia negra, utilizando-se de sacrifícios humanos. A pratica da mediunidade foi proibida, pelo legislador hebreu Moisés, de ser exercida pelos politeístas, exatamente os que adoravam espíritos inferiores que se apresentavam ou eram identificados como deuses. O intercâmbio mediúnico, praticado pelos sinceros adeptos do monoteísmo, não era condenado. Algumas passagens nas escrituras, claramente, confirmam o fenômeno da mediunidade:
...Manasses, após seu cativeiro em Babilônia, voltou-se, arrependido, para Deus, abandonando a seita idólatra de Baal, após o que ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais' (II Cr 33:12). Consequentemente ouviu '... as palavras dos videntes que lhe falaram em nome do Senhor, Deus de Israel...' (II Cr 33:18).
A exclamação de Moisés ('Oxalá todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espirito) Livro de Números, Cap. 11, vers. 29, ressalta que as evocações dos mortos não eram proibidas para os que seguiam verdadeiramente os passos do legislador hebreu. É necessário esclarecer que, para o povo hebreu, os fenômenos mediúnicos eram permitidos e louvados, já que os seus medianeiros não obtinham vantagem financeira, nem eram associados a magia negra e a necromancia. Mesmo que a condenação mosaica fosse para todos, sabe-se que o Mestre Jesus não ratificou tudo quanto disse Moisés, provando que nem tudo o que veio do legislador judeu é divino (ver Mateus 5:38-48; João 8:1-11). ‘Aliás, se há no Velho Testamento uma proibição que foi claramente contestada pelo Mestre, essa proibição é, nada mais, nada menos, a que impede o intercâmbio com o plano invisível. Jesus, tomando consigo a Pedro, Tiago e João, levou-os a um alto monte e se transfigurou diante deles (Mt 17:2). Ali apareceram gloriosamente materializados, Moisés e Elias, que conversaram com o Cristo a respeito de sua futura crucificação. Diga-se de passagem que os apóstolos, presentes a reunião, cooperaram ativamente para a produção do fenômeno, uma vez que estavam tomados de sono’ (Lc 9:32). Ora, só sentiria sono em tais circunstâncias quem estivesse cedendo ectoplasma, porquanto não se compreende que alguém possa ficar sonolento diante de fatos tão espantosos, como os que se deram no 'monte da transfiguração'. Apesar da presença de Jesus, que por si só dispensaria todo e qualquer concurso alheio para a manifestação do Plano Superior, os apóstolos forneciam ectoplasma, o que explica não estarem em plena posse de sua consciência vigil.
E IMPORTANTISSIMO RESSALTAR QUE O PROPRIO MOISÉS, 'MORTO' há tanto tempo e AGORA MATERIALIZADO no monte, FOI JUSTAMENTE QUEM PROIBIU O CONTATO COM OS 'MORTOS...
A proibição de Moisés é inteiramente ratificada pela Doutrina Espirita, que igualmente condena a evocação de espíritos atrasados, com o fim de sortilégios e adivinhações.
O que se vê, em tudo isto, o que ai se proíbe, não é propriamente o contato com os espíritos, e sim, a utilização desse contato para fins divinatórios. Não era, porém, esse o único motivo para que Moisés proibisse o intercâmbio com o invisível. É necessário atentar para a missão histórica do povo judeu. Ele tinha que transmitir a Humanidade e de maneira insofismável a noção monoteísta. A crença num único Deus era outrora propriedade de iniciados e só a conheciam os que pertenciam a escolas secretas. Os judeus tinham que vulgariza-la; era necessário, portanto, que sua atenção não se desviasse do Deus Supremo, o que fatalmente aconteceria caso o contato com os espíritos lhe fosse franqueado. Convém não esquecer que foi graças ao monoteísmo, que de Israel, 'encruzilhada do mundo', ponto de encontro entre várias culturas, surgiu o Cristianismo'. (Trechos retirados do Capítulo A Suposta Proibição Mosaica do Exercício Mediúnico, do livro Razão e Dogma, Editora O Clarim). A seguir, o escritor clerical afirma: 'A proibição se deve não a suposição de que os mortos sejam incomodados pelos vivos, mas ao fato de que não há receita que garanta a comunicação entre vivos e mortos. A necromância é superstição. A oração que os cristãos dirigem aos santos, não se baseia em formulas ou receitas mágicas, mas unicamente na convicção de que Deus quer conservar a comunhão entre os membros do Corpo Místico de Cristo; por isto Ele faz que os justos no céu tomem conhecimento das preces despretensiosas que lhes dirigimos na Terra e, em conseqüência, intercedam por nós'.
Nada se pode aprender de importante para refutação, nessa maçante ou arrazoadora declaração.
"Depois, o religioso dá o seu ultimo grito de guerra, ja sem munição: Quanto ao caso de Saul, que evocou Samuel mediante a pitonisa de Endor e foi atendido (Cf. 1 Sm 28, 5-15), não é paradigma, pois diz a própria Bíblia que Saul foi condenado por causa disso (cf. 1 Cr 10:3). Deus permitiu que Saul recebesse de Samuel, naquele momento, a advertência de que estava no fim sua vida terrestre e no dia seguinte ia morrer; foi por causa da importância solene daquela hora que Deus permitiu a resposta de Samuel; ela não foi provocada pela arte da adivinhação; esta apenas forneceu a ocasião ou as circunstâncias da manifestação de Samuel.
De inicio, parabenizo o sacerdote por não se referir ao “diabo”, como sendo Samuel, teoria de muitos exegetas protestantes, tentando negar o aparecimento de um espirito, ao qual, pela sua crença, deveria estar dormindo, aguardando a absurda e anticientífica “ressurreição dos corpos”. Quanto a passagem, em que o rei Saul procura a pitonisa de Endor, é preciso que se faça algumas reflexões:
1 - O monarca, preocupado que estava com os filisteus, solicitou uma comunicação do Espirito Samuel; portanto, para fins divinatórios, desejava o intercâmbio mediúnico;
2 - Não recebeu o que ansiava, através dos profetas ou médiuns de Israel, nem pela mediunidade de efeitos físicos (Urim), nem pelo desdobramento do corpo espiritual (sonhos), (I Samuel 28:6);
3 - Foi ao encontro de uma pitonisa, disfarçado, porquanto o rei tinha desterrado todos os que praticavam a mediunidade de forma inferior para adivinhações e magia negra (I Samuel 28:3);
4 - Através das faculdades paranormais da inferior medianeira, o Espirito Samuel diz a Saul que ele e seus filhos, no dia seguinte, seriam mortos, na peleja contra os filisteus (I Samuel 28:19).
5 - O motivo da condenação de Saul está bem claro nos versículos 18 e 19. Disse Samuel: “Como não deste ouvidos a voz do Senhor, e não executaste o que ele no furor de sua ira ordenou contra Amaleque, por isso o Senhor te fez isto (não receber a mensagem mediúnica dos médiuns hebreus)... e amanhã tu e teus filhos estarão comigo...”
Para os leitores desatentos ou que desconheçam estes versículos, o padre parece passar o ensinamento falso, o de Saul ter sido punido por Deus pelo motivo de ter consultado um “morto”.

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