Em destaque temos as matérias postadas mais recentementes. Na coluna "Outras Matérias" temos arquivos interessantes, para ler basta clicar no título. Navegue também pela barra acima, principalmente na aba "MUSICAS" temos muitos cd's para voçê ouvir.
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Ainda não sabemos, Amado Jesus, compreender a extensão do trabalho que nos confiaste!
Permite, Senhor, possamos formar em nossa alma a convicção de que a Obra do Mundo te pertence, a fim de que a vaidade não se insinue em nossos corações com as aparências do bem!
Dá-nos, Mestre, o espírito de consagração aos nossos deveres e desapego aos resultados que pertencem ao teu amor!
Ensina-nos a agir sem as algemas das paixões, para que reconheçamos os teus santos objetivos!
Senhor amorável, ajuda-nos a ser teus leais servidores,
Mestre Amoroso, concede-nos, ainda, as tuas lições,
Juiz Reto, conduze-nos aos caminhos direitos,
Médico Sublime, restaura-nos a saúde,
Pastor Compassivo, guia-nos à fonte das águas vivas,
Engenheiro Sábio, dá-nos teu roteiro,
Administrador Generoso, inspira-nos a tarefa,
Semeador do Bem, ensina-nos a cultivar o campo de nossas almas,
Carpinteiro Divino, auxilia-nos a construir nossa casa eterna,
Oleiro Cuidadoso, corrige-nos o vaso do coração,
Amigo Desvelado, sê indulgente, ainda, para com as nossas fraquezas,
Príncipe da Paz, compadece-te de nosso espírito frágil, abre nossos olhos e mostra-nos a estrada de teu Reino!”
Quando os gansos selvagens voam em formação "V", eles o fazem a uma velocidade 70% maior do que se estivessem voando sozinhos. (É que à medida que cada pássaro bate suas asas, é criada uma "sustentação’’ para o pássaro que o segue).
Quando o ganso que está no ápice do "V" fica cansado, ele (ou ela) passa para trás da formação e outro ganso voa para a posição de ponta.
Durante o vôo, os gansos da retaguarda grasnam para encorajar aqueles que vão a frente a manterem suas velocidades.
Os gansos acompanham os fracos. Quando um deles fica doente ou ferido ou é abatido, no mínimo outro ganso sai da formação e segue-o na descida, para ajudá-lo e protegê-lo. Ele permanece na sua companhia até que ele possa voar novamente. Então ele vai em busca de uma outra formação ou se integra ao próprio grupo.
Sendo parte de uma equipe, nós também podemos utilizar adequadamente os recursos disponíveis, para que o fruto do nosso trabalho ganhe em qualidade.
Se tivermos senso de comunidade como os gansos, saberemos revezar-nos na execução das tarefas difíceis compartilhando uma direção comum.
Da próxima vez, ao ver uma formação de gansos voando, lembre-se que é uma recompensa, um desafio e um privilégio fazer parte de uma equipe.
KHE (Aquiléia), segundo os chineses, era uma planta muito útil. Aromática, estimulante e analgésica, continha poderes mágicos.
Do caule da Aquiléia, eles fabricavam 72 varetas com símbolos, usadas para adivinhação, muito parecido entretanto com o método I CHING.
Ao chegar ao Ocidente, este método tomou uma forma arredondada e numerada de 1 a 90, conhecido popularmente, hoje, como Bingo ou Loto. Um jogo de adivinhação que se transformou, em jogos de azar, nas mesas de jogo no ocidente.
O método de tiragem:
:: colocar todas as pedrinhas do jogo em um saquinho e fazer uma pergunta.
:: analisar as respostas usando toda sua sensibilidade e intuição, e, com discernimento, associá-las às perguntas.
Para ver o significado de cada pedra, CLIQUE AQUI!
Suposta Tradução do PAI NOSSO, a partir do Aramaico
" Pai-Mãe, respiração da Vida,
Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos !
Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora
de nós para que possamos torná-la útil.
Ajude-nos a seguir nosso caminho Respirando apenas o sentimento que emana
de Você.
Nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu, para
que caminhemos como Reis e Rainhas com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo sejam um só, em toda a Luz, assim como
em todas as formas, em toda existência individual, assim como em
todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
pois assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas
do mundo nos iluda, E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento.
Não nos deixe sermos tomados pelo esquecimento
de que Você é o Poder e a Glória do mundo, a Canção
que se renova de tempos em tempos e que a tudo embeleza.
Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.
AMÉM.
Há relatos que atestam que São Cosmo e São Damião são originários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no século III. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio.
Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Diziam "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder".
Exerciam a medicina na Síria, em Egéia e na Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro.
Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma exata como morreram. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma.
Foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.
Há várias versões para suas mortes, mas nenhuma comprovada por documentos históricos. Uma das fontes relata que eram dois irmãos, bons e caridosos, que realizavam milagres e por isso teriam sido amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e de serem inimigos dos deuses romanos.
Segundo outra versão, na primeira tentativa de matá-los, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Conta-se que eram sempre confiantes em Deus, que oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres".
A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.
Segundo a crença popular apareceram materializados depois de mortos, ajudando crianças que sofriam violências.
Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio.
Na mitologia grega, há muito se cultuava esses santos, havendo registros, desde o século V, quando esse culto já estava estabilizado no Mediterrâneo, de cultos que relatam a existência, em seus cultos, de um óleo santo, atribuído a Cosme e Damião, e que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.
Alguns grupos concentram seus esforços para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã da lenda dos filhos gêmeos de Zeus, Castor e Pólux. Esta versão é combatida por aqueles que acreditam na real existência dos irmãos, embora a superstição que o povo tem muitas vezes faça supor que haja uma adaptação do costume pagão.
O dia de São Cosme e Damião é celebrado também pelo Candomblé, Batuque, Xangô do Nordeste, Xambá e pelos centros de Umbanda onde são associados aos ibejis, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa "o enfeitado" e Damião, "o popular".
Estas religiões os celebram no dia 27 de setembro, enfeitando seus templos com bandeirolas e alegres desenhos, tendo-se o costume de dar às crianças doces e brinquedos.
Oração a São Cosme e São Damião
O" São Cosme e São Damião!
Por amor a Deus e ao próximo,
consagrastes a vida no cuidado do corpo e alma dos
doentes,
Abençoai os médicos e farmacêuticos. Alcançai a
saúde para
o nosso corpo. Fortalecei a nossa vida. Curai o
nosso pensamento
de toda maldade. A vossa inocência e simplicidade
ajudem todas
as crianças a terem muita bondade umas com as
outras.
Fazei que elas conservem sempre a consciência
tranquila. Com a
vossa proteção, conservai o meu coração sempre
simples e sincero.
Fazei que eu lembre com frequência estas palavras
de Jesus:
`Deixar vir a mim as criancinhas,porque delas é o Reino de Deus´.
São Cosme e São Damião, rogai por nós, por todas
as crianças,
médicos, farmacêuticos, e enfermeiros."
Ayahuasca é uma bebida feita de plantas amazônicas que vem
sendo usada com propósitos de cura e de oráculo através dos séculos, ou
quem sabe até dos milênios, tanto pelos índios xamãs como pelos
mestiços do Brasil, do Peru, da Colômbia e do Equador. Ela é conhecida
pelas diversas tribos por vários nomes, tais como caapi, natéma, mihi,
e yagé. O termo Ayahuasca é originário da língua sul-americana Quéchua,
língua que veio do dialeto Inca na conquista de Cusco: huasca significa
"cipó" e aya significa "almas" ou "gente morta", ou até mesmo
"espíritos". As expressões mais apropriadas para as traduções serão,
portanto "cipó das almas" ou "cipó dos espíritos". Muitos médicos e
psicólogos do Ocidente descobriram que estas substâncias podem levar o
ser humano para uma dimensão espiritual de consciência, com
experiências místicas, diferentes do misticismo religioso clássico.
Raimundo Irineu Serra, conhecido como Mestre Irineu, (São Vicente Ferrer, 15 de dezembro de 1892 — 6 de julho de 1971) foi o fundador de uma doutrina religiosa baseada no chá de nome ayahuasca ou Santo Daime associada à orações a diversas divindades, caracterizando um culto resultante do sincretismo de diversas religiões e crenças indígenas. africanas e européias. Essas doutrinas se consideram cristãs, as mais conhecidas são o Santo Daime e a União do Vegetal (UDV). Mestre Irineu é considerado santo por muitas dessas associações religiosas.
Era filho do ex-escravo Sancho Martino e Joana Assunção, chegou ao estado do Acre com vinte anos, negro de alta estatura, integrando o movimento migratório da extração do látex (seringal).
Em 1912 vai para Manaus, no Porto de Xapuri, onde reside por dois anos, indo trabalhar posteriormente nos seringais da Brasiléia durante três anos e, em seguida, em Sena Madureira, onde residiu por mais três anos.
De volta a Rio Branco, foi para a Guarda territorial, até chegar ao posto de Cabo, e em seguida participou e passou, no concurso para integrar a Comissão de Limites entidade do Governo Federal, que delimitava as fronteiras entre Acre, Bolívia e Peru, órgão esse, comandado pelo Marechal Rondon. E foi o próprio Rondon, que nomeou Irineu a Tesoureiro da Tropa, um cargo de confiança.
Posteriormente retornou à floresta, de volta ao seringal, conheceu aquele que tornou-se um grande amigo: Antonio Costa.
A doutrina da floresta
Foi por meio de Antônio Costa que Irineu foi apresentado ao xamã peruano de nome Pisango, que realizava trabalhos com um chá de nome ayahuasca.
Não há muitos documentos que possam atestar a veracidade de muitos acontecimentos ligados a Raimundo Irineu Serra. Boa parte do conhecimento que se tem sobre a origem do Santo Daime e a vida de mestre Irineu foi passado por meio da tradição oral pelos mais antigos seguidores de sua doutrina. O relato que segue abaixo é contado por muitos seguidores de Raimundo Irineu, também foi registrado no livro "Nosso Senhor Aparecido na Floresta" escrito pelo Daimista Lúcio Mortimer.
"Conta-se que quando foi convidado para tomar o chá, Irineu pensou:
Bom eu vou tomar, se for coisa que me agrade, que me sirva, que dê nome ao homem, se for coisa de Deus, eu prometo levar para o meus amigos....
Participando da sessão, ao tomar a bebida, percebeu uma sensação diferente, um estremecimento interno, uma força estranha e viu um enorme brilho no local.
Um dos participantes, evocou o demônio para ganhar dinheiro, mas, ao invés de Irineu ver demônios, como afirmavam os caboclos, ele só viu a cruz cristã de várias formas diferentes, uma cruz que percorreria o mundo inteiro. E percebeu, que a bebida o conectava com Deus.
Ao terminar a sessão, que contava com 12 pessoas, Dom Pisango exclamou:
'Só Raimundo Irineu entendeu esse trabalho e é quem tem a condição de leva-lo para frente. O resto vive iludido e só pensa em dinheiro.'
Ao amanhecer do dia Antonio fala a Irineu, sobre os componentes da bebida : um cipó e uma folha. No dia seguinte, quando Irineu trabalhava na extração do látex no seringal, viu os raios do Sol, iluminando um grosso cipó, que sentiu ser o mesmo da bebida. E, perto de um igarapé onde costumava tomar água, viu um arbusto com frutinhas vermelhas, igual ao descrito por Antonio. Ao leva-lo até os locais, constatou-se tratar das duas espécies vegetais mágicas : o cipó jagube e a folha chacrona.
Ao aprender o preparo, combinou com Antonio, de juntos prepararem e tomarem a bebida, porém no dia marcado, Antonio não pode comparecer, e Irineu sozinho preparou três litros da bebida e a guardou para tomar junto com o amigo.
Combinaram numa Lua Crescente, ambos tomaram e sentiram a força da manifestação vegetal acompanhada de visões. Antonio contou a Irineu, que na sua visão, apareceu-lhe uma Linda Senhora, chamada Clara. Disse a Irineu que ela o protegia, desde a sua saída do Maranhão.
Após essa vivência, combinaram um novo encontro para a Lua Cheia, sábado seguinte. Nessa noite de Lua Cheia tomaram a bebida numa caneca grande. Irineu, após meia hora, sentiu náuseas e foi vomitar.
Aliviado, olhou para a Lua Cheia, e a viu aproximar-se dele, com todo o seu brilho resplandecente e prateado. Dentro da Lua, viu uma Senhora, de beleza incomparável, sentada num trono, que lhe disse :
'Você está escolhido para uma importante missão, mas para isso deverá alimentar-se por oito dias apenas de mandioca cozida, sem sal, abster-se de sexo e álcool , para que nos encontremos novamente.'
Após a dieta, ao tomar novamente a bebida, a visão da mulher apareceu novamente. Apresentou-se como a Rainha da Floresta, que Irineu compreendeu ser a própria Nossa Senhora da Conceição, a Padroeira da Doutrina Santo Daime, que lhe entregou o Império Juramidam, palavra explicada pelo Padrinho Sebastião como Jura = Deus e Midam = Filho. Foi assim, que em 1930 fundou a doutrina e tornou-se Mestre Irineu."
O Sr. Luis Mendes, contemporâneo do Mestre Irineu, conta que numa das aparições da Rainha da Floresta, ela disse que lhe ensinaria a preparar uma série de garrafadas, para vários tipos de doenças, e o Mestre lhe suplicou :
Mas, Minha Senhora ! Não dá para colocar os poderes de cura das ervas juntos nessa bebida ?
Por essa razão, seus seguidores acreditam que a bebida possa fazer curas espirituais e físicas naqueles que a ingerir.
Alguns anos depois, Raimundo Irineu Serra foi para a cidade de Rio Branco, onde começou a trabalhar com um pequeno círculo de discípulos. A fama de curador do Mestre Irineu, espalhou-se pela cidade do Rio Branco, era procurado por pessoas das mais diversas condições sociais e culturais. Foi filiado ao Centro da Comunhão do Pensamento, onde recebeu honrarias, e também filiado à antiga Rosa Mística Rosacruz.
Por fim, Mestre Irineu instalou-se, definitivamente, com sua família e um grupo de seguidores na localidade denominada Alto Santo, onde trabalhou até falecer, ou "fazer sua passagem", como costumam dizer seus seguidores, em 6 de julho de 1971.
Para os seguidores das diversas linhas do Santo Daime, Mestre Irineu ainda realiza curas, pois deixou suas mensagens canalizadas através de um conjunto de hinos (hinário) os quais acredita-se que foram inspirados pela Rainha da Floresta e outros seres divinos. Essas músicas são consideradas "canções de poder" que transmitem com uma linguagem simples e poética cabocla, os ensinamentos bíblicos.
(Matéria publicada no Correio Braziliense em 29
de agosto de 2001)
Carolina Nogueira Da equipe do Correio
Adeptos da União do Vegetal são pessoas comuns,
que há 40 anos reúnem-se para beber uma mistura de chacrona e cipó de mariri em
busca de luz, paz e amor.
Eles são
médicos, jornalistas, diplomatas, estudantes, faxineiros. Jovens, velhos,
adultos, crianças. Moram no Plano Piloto, em Sobradinho, em Taguatinga... No
primeiro e no terceiro sábados do mês, juntam uma muda de roupa e se mudam para
um sítio depois de Planaltina, chamado Centro Espírita da União do Vegetal
(UDV).
A preparação da Hoasca faz parte do ritual da
união do vegetal.
A bebida causa uma alteração na consciência, mas não provoca
dependência
No meio de
muitas plantas, bosques, árvores enormes, eles participam de um ritual que gira
em torno do chá Hoasca. Feito de uma mistura das folhas da chacrona com o cipó
do mariri amassado, o chá também é usado pelos adeptos do Santo Daime. A
matéria-prima sai de lá mesmo. Sempre às 20h, uniformizados, os sócios da UDV
sentam-se em cadeiras verdes, iguaizinhas, dispostas como em uma sala de aula,
sob um galpão de ferro que fica no meio do bosque. São pouco mais de 100 na
unidade central — o Distrito Federal tem mais de 300 adeptos, divididos em
quatro unidades. Ao som de uma música suave, eles bebem o chá e, em seguida, em
‘‘outro nível de consciência’’, como dizem, recebem as pregações dos mestres.
Não há Bíblia,
orações ou manuscritos. Só palavras, que pregam o desapego a vícios, a prática
do bem, a busca da luz, da paz, do amor. Alguns passam mal por causa do chá,
chegam a vomitar. A experiência é tida como natural pelos adeptos. As sessões
duram quatro horas, mas as reuniões da União não se resumem a elas. Alguns
sócios passam o final de semana nos centros. Além das sessões, meditam
sozinhos. Conversam, ouvem música, relaxam, tocam violão. Preparam o chá, que
só é bebido durante as sessões, cozinham comida — sempre natural. Almoçam,
jantam, agem como uma grande família. E depois voltam para suas casas, para
suas vidas absolutamente normais. É assim desde que a União do Vegetal nasceu,
em Porto Velho, Rondônia, pelas mãos do mestre José Gabriel da Costa. A
religião completa seu 40º aniversário esse ano, pregando, além da evolução
pessoal, ideais ecológicos. Com princípios cristãos, a doutrina prega o uso do
chá como um veículo para Deus. ‘‘Na religião católica, o padre faz a comunhão
com a hóstia.
Na UDV, o
Vegetal é a comunhão com o Deus consagrado’’, prega o mestre José Luiz de
Oliveira, rondoniense que participou da criação da UDV e hoje é o mestre-geral
da religião, uma espécie de papa. ‘‘É algo que nos transporta a outras
dimensões. No espiritismo kardecista, dizem que outros espíritos baixam nas
pessoas. Aqui é o contrário: o seu espírito é que sobe para Deus e depois
volta’’, diz.
A ciência explica a seu modo. ‘‘É uma substância que
provoca uma alteração na consciência, mas que não causa dependência, porque seu
uso é controlado, por ser ritualístico’’, explica o médico psiquiatra Dartiu
Xavier, da Escola Paulista de Medicina, que atualmente estuda os efeitos do chá
em crianças e adolescentes. Segundo ele, as pessoas relatam visões quando tomam
o chá — normalmente lembranças visíveis de seu passado — mas não experimentam
alucinações que se confundam com a realidade. ‘‘Há também uma irritação
estomacal, que é o que provoca os vômitos’’, explica o médico.
Mestre José Luiz: ‘‘comunhão com o deus
consagrado’’
O chá é
permitido legalmente — o mariri e a chacrona não estão na lista das substâncias
consideradas psicotrópicas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária — mas especialistas
condenam seu uso contínuo, especialmente em crianças, alegando danos mentais
decorrentes do poder de alteração de consciência das plantas. Recentemente, o
Conselho Nacional Anti-Drogas voltou a encomendar estudos sobre substância. A
União do Vegetal quer garantir a continuidade do uso legal da planta. Conta,
para isso, com o empenho dos mais de 7 mil associados no país. Uns anônimos,
outros nem tanto.
Wolney Queiroz 28 anos, deputado federal
De segunda a sexta-feira, ele pode ser encontrado engravatado pelos
tapetes verdes da Câmara dos Deputados. Mas nos finais de semana, o deputado
federal do PDT pernambucano Wolney Queiroz tira o terno, se veste de
simplicidade e refugia-se na chácara da União do Vegetal. Toma o chá Hoasca,
medita. Transforma e lapida seu interior, como ele diz. ‘‘Na Câmara, falo pouco
sobre isso com os outros, embora esteja fazendo um trabalho pela legalização
definitiva do chá’’, explica. Hoje em segundo mandato, o deputado conheceu a
União quando tinha 15 anos, em Recife (PE). Criou a unidade da UDV em Caruaru
(PE), sua cidade natal, onde ainda freqüenta as sessões, aos finais de semana.
‘‘Não separo minha vida parlamentar da minha vida na União. O que vivo aqui
está por trás de todas as atividades do meu dia-a-dia’’, afirma.
Magali Ferreira do Nascimento35 anos, dona-de-casa
Com as mãos ágeis, Magali vai limpando as folhinhas da chacrona que vão
virar chá. Está acostumada a mexer com comida, limpando, fervendo, cozinhando.
É dona de casa, foi doméstica por muitos anos. Separou-se do marido e ficou só,
cuidando dos quatro filhos. ‘‘Quase tudo na minha vida, hoje, é relacionado com
a União. Eles me arranjam trabalhos, um dia de limpeza em algum lugar, e agora
estão me empregando em um escritório’’, conta, animada. Moradora de Luziânia
(GO), ela conheceu a União por um vizinho de sua mãe, que a levou para o centro
pela primeira vez. ‘‘Eu ia para festas, bebia um pouco, queria bagunça. Aqui,
tomei o chá, recebi orientação. Me senti em casa, entre amigos.’’
Rafael Almeida Mesquita 24 anos, estudante de Administração
Ele alerta logo: não é só estudante de Administração —
é formando, termina o curso até o final do ano. Ainda com um sorriso de menino,
Rafael fala com naturalidade da opção religiosa que fez na vida, para o jornal
e para quem mais quiser saber. ‘‘Na faculdade, não costumo conversar a respeito
da União. Eu não preciso ficar explicando isso para todo mundo. Mas se
perguntarem, eu respondo sem problemas’’, assume o rapaz, que já nasceu dentro
da UDV. ‘‘Passei a minha infância aqui, já convivia com isso tudo, apesar de
não ter contato com a liturgia’’. O estudante, que passou três anos na Igreja
Batista acompanhando uma namorada que teve, se converteu de vez no ano passado,
quando começou a freqüentar o centro com regularidade. ‘‘Eu sou igual a
qualquer outra pessoa de 24 anos: vou ao cinema, saio com meus amigos’’,
explica. De diferente, a falta de vícios. Álcool e drogas não são tolerados
pela União.
(Matéria publicada no Correio Braziliense em 29 de agosto de 2001)
Adeptos da
União do Vegetal são pessoas comuns, que há 40 anos reúnem-se para beber uma
mistura de chacrona e cipó de mariri em busca de luz, paz e amor
tos: Carlos Moura
A
preparação da Hoasca faz parte do ritual da união do vegetal. A bebida causa
uma alteração na consciência, mas não provoca dependência
Mestre
José Luiz: ‘‘comunhão com o deus consagrado’’
Eles são
médicos, jornalistas, diplomatas, estudantes, faxineiros. Jovens, velhos,
adultos, crianças. Moram no Plano Piloto, em Sobradinho, em Taguatinga... No
primeiro e no terceiro sábados do mês, juntam uma muda de roupa e se mudam para
um sítio depois de Planaltina, chamado Centro Espírita da União do Vegetal
(UDV).
No meio de
muitas plantas, bosques, árvores enormes, eles participam de um ritual que gira
em torno do chá Hoasca. Feito de uma mistura das folhas da chacrona com o cipó
do mariri amassado, o chá também é usado pelos adeptos do Santo Daime. A
matéria-prima sai de lá mesmo. Sempre às 20h, uniformizados, os sócios da UDV
sentam-se em cadeiras verdes, iguaizinhas, dispostas como em uma sala de aula,
sob um galpão de ferro que fica no meio do bosque. São pouco mais de 100 na
unidade central — o Distrito Federal tem mais de 300 adeptos, divididos em
quatro unidades. Ao som de uma música suave, eles bebem o chá e, em seguida, em
‘‘outro nível de consciência’’, como dizem, recebem as pregações dos mestres.
Não há Bíblia,
orações ou manuscritos. Só palavras, que pregam o desapego a vícios, a prática
do bem, a busca da luz, da paz, do amor. Alguns passam mal por causa do chá,
chegam a vomitar. A experiência é tida como natural pelos adeptos. As sessões
duram quatro horas, mas as reuniões da União não se resumem a elas. Alguns
sócios passam o final de semana nos centros. Além das sessões, meditam
sozinhos. Conversam, ouvem música, relaxam, tocam violão. Preparam o chá, que
só é bebido durante as sessões, cozinham comida — sempre natural. Almoçam,
jantam, agem como uma grande família. E depois voltam para suas casas, para
suas vidas absolutamente normais. É assim desde que a União do Vegetal nasceu,
em Porto Velho, Rondônia, pelas mãos do mestre José Gabriel da Costa. A
religião completa seu 40º aniversário esse ano, pregando, além da evolução
pessoal, ideais ecológicos. Com princípios cristãos, a doutrina prega o uso do
chá como um veículo para Deus. ‘‘Na religião católica, o padre faz a comunhão
com a hóstia.
Na UDV, o
Vegetal é a comunhão com o Deus consagrado’’, prega o mestre José Luiz de
Oliveira, rondoniense que participou da criação da UDV e hoje é o mestre-geral
da religião, uma espécie de papa. ‘‘É algo que nos transporta a outras
dimensões. No espiritismo kardecista, dizem que outros espíritos baixam nas
pessoas. Aqui é o contrário: o seu espírito é que sobe para Deus e depois
volta’’, diz.
A ciência
explica a seu modo. ‘‘É uma substância que provoca uma alteração na
consciência, mas que não causa dependência, porque seu uso é controlado, por
ser ritualístico’’, explica o médico psiquiatra Dartiu Xavier, da Escola
Paulista de Medicina, que atualmente estuda os efeitos do chá em crianças e
adolescentes. Segundo ele, as pessoas relatam visões quando tomam o chá —
normalmente lembranças visíveis de seu passado — mas não experimentam
alucinações que se confundam com a realidade. ‘‘Há também uma irritação
estomacal, que é o que provoca os vômitos’’, explica o médico.
O chá é
permitido legalmente — o mariri e a chacrona não estão na lista das substâncias
consideradas psicotrópicas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária — mas especialistas
condenam seu uso contínuo, especialmente em crianças, alegando danos mentais
decorrentes do poder de alteração de consciência das plantas. Recentemente, o
Conselho Nacional Anti-Drogas voltou a encomendar estudos sobre substância. A
União do Vegetal quer garantir a continuidade do uso legal da planta. Conta,
para isso, com o empenho dos mais de 7 mil associados no país. Uns anônimos,
outros nem tanto.
Wolney Queiroz 28 anos, deputado federal
De segunda a sexta-feira, ele pode ser encontrado engravatado pelos
tapetes verdes da Câmara dos Deputados. Mas nos finais de semana, o deputado
federal do PDT pernambucano Wolney Queiroz tira o terno, se veste de
simplicidade e refugia-se na chácara da União do Vegetal. Toma o chá Hoasca,
medita. Transforma e lapida seu interior, como ele diz. ‘‘Na Câmara, falo pouco
sobre isso com os outros, embora esteja fazendo um trabalho pela legalização
definitiva do chá’’, explica. Hoje em segundo mandato, o deputado conheceu a
União quando tinha 15 anos, em Recife (PE). Criou a unidade da UDV em Caruaru
(PE), sua cidade natal, onde ainda freqüenta as sessões, aos finais de semana.
‘‘Não separo minha vida parlamentar da minha vida na União. O que vivo aqui
está por trás de todas as atividades do meu dia-a-dia’’, afirma.
Magali Ferreira do Nascimento35 anos, dona-de-casa
Com as mãos ágeis, Magali vai limpando as folhinhas da chacrona que vão
virar chá. Está acostumada a mexer com comida, limpando, fervendo, cozinhando.
É dona de casa, foi doméstica por muitos anos. Separou-se do marido e ficou só,
cuidando dos quatro filhos. ‘‘Quase tudo na minha vida, hoje, é relacionado com
a União. Eles me arranjam trabalhos, um dia de limpeza em algum lugar, e agora
estão me empregando em um escritório’’, conta, animada. Moradora de Luziânia
(GO), ela conheceu a União por um vizinho de sua mãe, que a levou para o centro
pela primeira vez. ‘‘Eu ia para festas, bebia um pouco, queria bagunça. Aqui,
tomei o chá, recebi orientação. Me senti em casa, entre amigos.’’
Rafael Almeida Mesquita 24 anos, estudante de Administração
Ele alerta logo: não é só estudante de Administração —
é formando, termina o curso até o final do ano. Ainda com um sorriso de menino,
Rafael fala com naturalidade da opção religiosa que fez na vida, para o jornal
e para quem mais quiser saber. ‘‘Na faculdade, não costumo conversar a respeito
da União. Eu não preciso ficar explicando isso para todo mundo. Mas se
perguntarem, eu respondo sem problemas’’, assume o rapaz, que já nasceu dentro
da UDV. ‘‘Passei a minha infância aqui, já convivia com isso tudo, apesar de
não ter contato com a liturgia’’. O estudante, que passou três anos na Igreja
Batista acompanhando uma namorada que teve, se converteu de vez no ano passado,
quando começou a freqüentar o centro com regularidade. ‘‘Eu sou igual a
qualquer outra pessoa de 24 anos: vou ao cinema, saio com meus amigos’’,
explica. De diferente, a falta de vícios. Álcool e drogas não são tolerados
pela União.
Trecho do capítulo V do livro Porque Sou Espírita, de Américo Domingos:
"No livro de minha autoria, 'Razão e Dogma', Editora 'O Clarim', faço algumas considerações, reforçadas com textos bíblicos (pgs. 174 a 189)
1 - Desprezando a Reencarnação, as correntes religiosas dogmáticas pregam a existência de somente uma vida, sendo o Espírito criado no momento da fecundação ou conjugação, na união do espermatozóide com o óvulo. Porém, os textos bíblicos afirmam exatamente o contrário:
1.(1) 'O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito' (João 3:8)
'O Ser Espiritual não foi formado, no momento da fecundação, já que o versículo relata uma preexistência da qual desconhecemos a origem: 'não sabes donde vem, nem para onde vai'. Se o Espírito fosse criado no mesmo instante da formação do corpo físico, saberíamos de onde veio, já que em pleno cadinho materno teria origem.
1.(2) 'Antes que te formasse no ventre materno, te conheci...' (Jeremias 1:15)
Aqui está claríssima a afirmação de que o Espírito preexiste ao corpo de carne. Se Jeremias era conhecido, antes de ser gerado o seu corpo de carne, é perfeitamente justificável que tenha certamente tido uma existência pretérita. A continuação do texto não nos deixa dúvidas: 'Antes que saísses da madre, te consagrei e te constituí profeta às nações'. Jeremias já era um ser superior (consagrado), tendo conquistado esse patamar da evolução, em vida passada. Portanto, o espírito, antes de reencarnar, era conhecido, recebendo a missão de ser um 'profeta às nações'. Acreditar que alguém possa ser criado perfeito fere todos os princípios da Divindade. Seria uma injustiça que, de forma nenhuma, seria praticada por um Ente Superior e Perfeito;
1.(3) 'Os filhos lutavam no ventre de Rebeca' (Gênesis 25:22).
A Bíblia afirma, sob a ótica do raciocínio dogmático de existir apenas uma vida, uma heresia. Admitir que os espíritos criados dentro do ventre da mulher de Isaque, já eram adversários, é duvidar da perfeição de Deus. É lógico que a adversidade teve sua causa em uma vida pretérita e reencarnaram juntos, visando uma possível reconciliação.
1(4) 'Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João' (João 1:6)
Se foi enviado é porque já existia antes. Sabemos por intermédio do profeta Malaquias que Elias teria que voltar à arena física, antes de Jesus. Disse o Senhor: 'Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos...' (Malaquias 4:5-6) Portanto, João Batista é uma personalidade, vivificada por um espírito que, em existência anterior, deu vida ao profeta Elias. Um ser espiritual que já vivia antes e foi enviado por Deus para uma grande missão, a de ser o precursor do Cristo.
Inobstante a afirmação dos textos bíblicos, os partidários do dogmatismo ensinam que existe apenas uma vida física e que o espírito é criado no momento da fecundação. Em detrimento de muitos versículos das Escrituras, onde a verdade é inquestionada, citam infantilmente a passagem paulina, no livro dos Hebreus, onde está escrito: 'Aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disso, o juízo' (Hebreus 9:27).
'Grafo o texto propositalmente, desde que Paulo está referindo-se à personalidade, ao corpo que dá oportunidade de crescimento evolutivo à individualidade, o espírito imortal. É claro que a personalidade, constituída de água e minerais, tem uma existência limitada. O homem, personalidade terrena, está destinado à morte; contudo a Entidade Espiritual nunca fenece e reencarnará tantas vezes quantas se fizerem necessárias. Obviamente o homem morre uma só vez; porém, o Espírito, quando volve ao mundo físico, dando vida a uma personalidade, 'não sabe para onde vai, nem donde vem' (João 3:8). Após o decesso da vestimenta somática (a morte do homem) , a Individualidade Espiritual alça o vôo da libertação, sujeito contudo ao juízo que se processa nos refolhos mais íntimos do seu ser, muitas vezes assoberbado pelo remorso que parece lhe consumir como chamas ardentes de uma fornalha;
2 - Jesus ensinou a Doutrina da Reencarnação a um mestre fariseu. 'Na calada da noite, um membro do Sinedrium (Tribunal Supremo da Judéia) recebeu do Cristo o ensino palingenético: 'Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus' (João 3:3)
'Se o diálogo terminasse aqui, poderia considerar que o Mestre alude ao renascimento moral que pode ocorrer quando se segue os seus ensinamentos, o que é uma das metas a ser conquistada, através do 'nascer de novo'. Contudo, em continuação ao diálogo com Nicodemos, Jesus tenta explicá-lo dizendo: 'Em verdade, em verdade te digo. Quem não nascer da água e do espírito, não pode entrar no Reino de Deus' (João 3:5)
O que é nascer da água? Na Cabala, doutrina secreta dos hebreus, a água era considerada a matéria primordial, o elemento frutificador. O próprio Gênesis, diz que 'O Espírito de Deus pairava por sobre as águas' (Gênesis 1:2). Portanto, a água representa o grande elemento gerador da vida física, sendo também o constituinte essencial de todas as células vivas. O embrião contém 95% de água e se encontra mergulhado nela (líquido amniótico). Em um indivíduo adulto a água constitui 70% do peso do indivíduo. O encontro do espermatozóide com o óvulo, origem de um corpo físico, ocorre em meio necessariamente líquido. A formação de um corpo físico é, então, resultante de outro corpo físico, ou seja, carne
gerando carne: 'O que é nascido da carne é carne'. 'Infantilmente, as religiões tradicionais aludem ao renascimento daágua do batismo, ignorando o diálogo eminentemente esotérico entre Cristo e Nicodemos, abrangendo grande e profunda sabedoria. Na realidade, a Reencarnação já era conhecida, no Oriente, há milênios antes da vinda do Mestre. Há 2500 anos AC, o livro 'Os Vedas' já continha referências à doutrina palingenética. 'Depois, Jesus afirmou ao fariseu: 'Não te maravilhes de eu te dizer: vos é necessário nascer de novo' (João 3:7)
Realmente, a palingênese explica com sensatez e lógica as adversidades do caminho e os golpes do destino.
3 - 'Os tropeços': mais uma vez a reencarnação ensinada por Jesus:
É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo' (Mateus 18:7)
'Sendo a Terra um planeta de provas e expiações, onde a criatura se situa numa faixa evolutiva de baixo grau, é claro que o escândalo se torne inevitável em nosso orbe. Contudo, o Mestre é enfático ao nos revelar que o causador do ato danoso terá de prestar contas a si mesmo e a Deus, porquanto tudo que fazemos de mal ou de bem a outrem, repercute em nós mesmos: 'mas ai do homem pelo qual vem o escândalo' (Lei de Causa e Efeito) 'Toda ação praticada gera uma reação'. O espírito, tendo o direito do uso de seu livre-arbítrio, tem também a responsabilidade pelos atos que praticar: 'A sementeira é livre; contudo, a colheita é obrigatória'. 'As desarmonias do presente são quase sempre reflexos de um passado em
erro e, através das vidas sucessivas, do 'nascer de novo', recebemos a oportunidade de reabilitação. Somente a doutrina da Reencarnação preenche o vazio de alguém que se encontra em sofrimento sem saber o porquê;
Se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o, e lança-o para fora de ti: melhor é entrares na vida manco ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno'. 'Se um dos teus olhos te faz tropeçar, corta-o, e lança-o para fora de ti: melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos, do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo' (Mateus 18:8-9)
Como explicar semelhante ensino do Mestre sem o conhecimento da Reencarnação? Não dá nem para começar.
O Cristo alude à Lei de Causa e Efeito, de uma forma bem didática. Se lesamos a alguém, na realidade lesamos também a nós. Nossos corpos espirituais registram, numa plasticidade própria, o mal que causamos a outrem, sendo maculados, conforme a falta praticada por nós. Então, teremos que reencarnar ('entrar na vida'), materializando no corpo de carne as mazelas que trazemos repercutidas em nossos corpos espirituais. Daí a explicação sensata e lógica para as vicissitudes da vida ('nascer manco ou cego')
'Emmanuel, dinâmico benfeitor espiritual, através da abençoada mediunidade de Francisco Cândido Xavier, na obra 'Leis do Amor' (Editora LAKE) nos esclarece: 'Havendo o Espírito agido erradamente nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades conforme o órgão atingido'. Daí a explicação para a Teratologia, para as deficiências físicas e desequilíbrios
psicofísicos, que, sem a hermenêutica palingenésica, jamais seriam explicados e justificados.
'Pode também o Espírito, pelo 'amor que cobre multidão de erros', reencarnar sem lesões físicas, tendo a oportunidade de refazer o seu passado, impresso em lesões no corpo espiritual, através de obras benfazejas, volvendo ao mundo físico imbuído de obrar em tarefas assistenciais, amparando ao próximo, praticando a verdadeira fraternidade, como o samaritano da parábola, tão maravilhosamente explicada por Jesus.
'Falhando consideravelmente diante das provas e expiações, retorna ao Mundo Espiritual sofrendo o rigor da dor que já lhe afligia antes de reencarnar ('lançado no inferno de fogo') 'Os textos evangélicos, tendo como título 'Os tropeços', constituem insofismavelmente uma prova indiscutível da Reencarnação na Bíblia.
4 - 'Olha que já estás curado; não erreis mais, para que não te suceda coisa pior' (João 5:14)
'Jesus ao curar o paralítico, junto ao tanque de Betesda, afirma-lhe que sua deficiência é resultante do erro cometido por ele mesmo, confirmando que as distonias do presente são quase sempre conseqüências de um pretérito vivido em desarmonia
'Havia chegado a hora da libertação da expiação, do resgate do seu carma negativo. O ex-portador da deficiência física já estava preparado interiormente para se curar, não precisava mais do sofrimento depurador. As lesões vincadas em seu corpo espiritual foram erradicadas. 'Mais uma vez não há referência a uma origem do mal a nenhum Adão. O Mestre, dizendo 'não erres mais para que não te aconteça coisa pior', faz alusão a uma causa provinda do próprio espírito, certamente tendo o seu início em uma vida transata;
5- 'Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me' (Mateus 16:24)
'O Mestre, com esse ensinamento, vem reafirmar que não carrega ninguém no colo. Inclusive, nega a possibilidade da salvação através do seu sofrimento. 'O Cristo esclarece que devemos carregar a nossa própria cruz e, então, segui-lo. Contudo, Jesus ressalta que temos primeiramente de nos negar, isto é, retirar de nosso interior as paixões inferiores que nos
assenhoreiam. É claro que essa depuração muitas vezes é realizada através da dor, do sofrimento.
'Em uma existência física, é impossível realizar integralmente essa tarefa preconizada pelo Mestre. Através da reencarnação, teremos inúmeras oportunidades de nos preparar para o momento abençoado, quando já o estaremos seguindo.
6 - Falando de João Batista, disse o Mestre aos seus discípulos: 'Se quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça' (Mateus 11:14-15)
Insofismável a presença da Reencarnação de Elias como João Batista. Inclusive, há uma profecia de Malaquias, em que está dito que Elias voltaria a Terra, com a missão de preparar o caminho de Jesus (Malaquias 4: 5-6). Exatamente foi João Batista, aquele que foi incumbido dessa missão.
'Digno de registro a passagem em que o pai do precursor, Zacarias, recebe a comunicação da Espiritualidade, a respeito do nascimento do seu filho. O mensageiro, chamado Gabriel ('Homem de Luz'), repete as palavras do profeta Malaquias, dizendo que João Batista virá 'no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos'
(Malaquias 4:5-6 e Lucas 1:13-17). Mais uma passagem bíblica provando a Reencarnação.
'Zacarias, após o nascimento do filho, incorporado por um santo espírito profetizou, isto é, falou como intermediário, como médium, clamando: 'Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhes os caminhos' (Lucas 1:76) 'Como já foi dito, pela boca de Malaquias, que é Elias quem precederia o Senhor, não existem mais dúvidas: o profeta do Antigo Testamento volveu ao mundo físico, reencarnando como filho de Zacarias, vivenciando
um novo corpo, chamado de João Batista. 'Alguns irmãos, contrários à palingênese, não aceitando a reencarnação
pelo motivo de ser combatida em suas dogmáticas religiões, afirmam ingenuamente que Elias ainda não voltou, já que 'o grande e terrível dia do Senhor' (Malaquias 3:1) é o último dia do Juízo Final. 'No entanto, o Cristo desmente essa pseudo-explicação afirmando: 'Eu, porém, vos declaro que Elias já veio e não o reconheceram, antes fizeram com ele tudo o que quiseram' (Mateus 17:12). O evangelista logo após arremata, no versículo seguinte: 'Então os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista'.
'E agora, José ? A reencarnação está claramente demonstrada nesses trechos de 'O Novo Testamento'. É uma verdade já conhecida, no oriente, há milênios antes da vinda de Jesus e o Mestre não deixou passar a oportunidade de ensinar aos seus discípulos a doutrina do 'nascer de novo'.
'Por que João Batista foi degolado?
'A resposta está contida em uma explicação, tendo por base a pluralidade das existências. Elias, no Monte Carmelo, provocou os sacerdotes de Baal e, sendo vitorioso no desafio, matou a todos ao fio de espada, no ribeiro de Quisom (Primeiro Livro de Reis, 18:40 19:1) Elias utilizou a espada como instrumento de justiça, empregando a violência. Pela Lei de Causa e Efeito, tão sabiamente ensinada pelo Cristo, sabemos que o Tesbita, ao tocar criminosamente nos sacerdotes
idólatras, assumiu um carma negativo.
'Disse Jesus: 'necessário vos é nascer de novo'. Logo, o espírito assassino, quando reencarnado como o Precursor, passou pelo mesmo sofrimento físico, ao ser decapitado também a espada. 'E vocês leitores amigos: 'Quereis reconhecer que João Batista é mesmo Elias que estava pra vir?' (Mateus 11:14).
(...)'. 'É muito edificante saber que a reencarnação é não só comprovada pela Ciência, como também tem alicerces bíblicos bem significativos. 'Muitas outras referências bíblicas, concernentes à reencarnação, poderiam ser comentadas e analisadas. Os discípulos tinham conhecimento da palingênese, desde que suas perguntas a Jesus traziam, com muita propriedade, fundamentos reencarnatórios. Nosso intento foi demonstrar a presença do fenômeno palingenético na Bíblia, procurando satisfazer a curiosidade de alguém ou ajudar a um perquiridor nas suas pesquisas, como também solapar o edifício dogmático da negação reencarnatória.
'É incrível que haja ainda alguém descrente da reencarnação. Contudo, até a nossa indignação é explicada pela doutrina das vidas sucessivas. Cada ser é um universo e se encontra sintonizado com determinada faixa vibratória. Os que aceitam a palingênese são aqueles que raciocinam, perscrutando as dessemelhanças da vida humana sob a ótica do amor, sabendo que não há favoritismo dentro do Universo, sendo o Espírito o artífice do seu crescimento e evolução. 'Uma só existência física é insuficiente para assenhorear-se do alfabeto cósmico e, principalmente, para elaborar as primeiras linhas da escrita do Universo.
'A reencarnação representa em todos os sentidos uma dádiva dos céus, sempre perdoando e dando oportunidades para a aquisição das experiências, em todo o transcurso da evolução. 'Agradeço aos leitores amigos a consideração, esperando ter sido útil para muitos irmãos necessitados do conhecimento da verdade que emana dos textos bíblicos, ainda não adulterados ou maculados pela Teologia Dogmática.
'No 'Livro dos Espíritos', na questão 625, encontramos: 'O tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e de modelo: Jesus. 'Conhecereis a verdade e ela vos libertará' (João 8:32).
Portanto, a reencarnação não é tese arbitrária e há fundamento objetivo em sua crença"
Capitulo II do livro Porque
Sou Espirita, onde Américo Domingos Nunes Filho refuta as acusações de Dom
Estevão Bittencourt a Doutrina Espirita:
Para a devida refutação das
agressões do autor à Doutrina Espírita, comentarei de parágrafo em parágrafo as
suas assertivas. Diz o religioso: - “Um dos fatores mais atraentes do
Espiritismo é a aparente comunicação com 'os espíritos desencarnados', estes
parecem acompanhar os vivos, consolando-os e orientando-os; é o que ocorre nos
casos do copo falante, da psicografia, das casas mal-assombradas, etc.” O
clérigo enquadra a comunicação espírita como “aparente”. Afirma que os
espíritos desencarnados “parecem” acompanhar os vivos. Com essa afirmação
gratuita, o prelado está negando os inúmeros fenômenos que aconteceram nos
ambientes ligados à sua crença, como também os que se verificaram em terras do
Oriente, segundo o relato do Antigo e Novo Testamentos. Desde os tempos
primitivos o homem pode ver e ouvir os Espíritos. Os fenômenos de vidência e
audiência atestam a presença de seres espirituais, confirmando a imortalidade.
No Antigo Testamento, o
sacerdote Eli é observador de um fato mediúnico de grande significância. O
profeta Samuel, ainda jovem, na sua primeira experiência paranormal, ouvia uma
voz que pensava ser a de Eli, deitado próximo a ele. O sacerdote percebeu que
Samuel estava sendo utilizado, como intermediário, captando mensagens do Plano
Superior (Primeiro Livro de Samuel 3:1-14). Enquanto o exemplo anterior retrata
um caso marcante de audiência, trago agora outros tipos de mediunidade, onde a
vidência também é relacionada.
O protagonista foi Daniel,
célebre profeta judaico da corte da Babilônia. Enquanto presenciava uma visão
com “a aparência de um homem” (Daniel 8:15), ouviu a voz de um varão que estava
as margens do rio Ulai, a qual gritou: “Gabriel, dá a entender a este a visão”
(Daniel 8:16). Gabriel quer dizer “Homem da Luz”. Um Espírito situado em alto
grau de evolução, apareceu a Daniel tão nitidamente que o deixou amedrontado
(Daniel 8:17). O valoroso profeta, em outra circunstância, viu uma entidade de
grande expressão, totalmente iluminada. Os homens que estavam com Daniel nada
viram. Ouvindo a voz estrondosa, caiu sem sentidos, rosto em terra. (Daniel
10:5-9) Contestando, a priori, a ação inteligente dos habitantes do Mundo
Espiritual junto aos seres terrenos, o padre vibra em consonância com as
correntes espirituais inferiores que recusam a revelação divina, transmitida a
Humanidade por Benfeitores Espirituais, através de inúmeros intermediários
(médiuns ou profetas). No livro de Jó, há o relato de uma passagem bem
significativa, provando, o que o eclesiástico nega, a presença insofismável da
individualidade espiritual. Declara Jó: “Então, um espírito passou por diante
de mim; fez me arrepiar os cabelos do meu corpo; parou ele, mas não lhe
discerni a aparência; um vulto estava diante de meus olhos; houve silêncio, e
ouvi uma voz” (Livro de Jó 4:15-16). Afirmando que a comunicação mediúnica não
é real, o catolicismo, representado por um de seus sacerdotes, está
anatematizando a própria Bíblia, denominada de “Sagrada” pela Igreja. Em Atos
dos Apóstolos, um discípulo chamado Ananias, em Damasco, vê o Mestre Jesus e
dialoga com ele. O Cristo lhe outorga a missão de procurar por Paulo,
dizendo-lhe: “Vai, porque esta é para mim um instrumento escolhido para levar o
meu nome perante os gentios...” (Capítulo 9, versículos 10 a 16). Conforme se observa,
Ananias era um exímio médium vidente e audiente. Através de suas faculdades
medianímicas, foi incumbido por Jesus para uma tarefa grandiosa. Entrando na
casa onde se encontrava Saulo, apelidado de Tarso, impôs sobre ele as suas mãos
e o “convertido de Damasco” tornou a ver. É possível constatar, também, em
Ananias, a mediunidade de cura, retirando a cegueira de Saulo, através da
aplicação de passes. Lendo a Bíblia, utilizando a ótica do bom senso, os textos
passam a ser bem entendidos e a lógica aparece aos olhos do observador. O texto
citado acima, parece até uma descrição dos fatos que acontecem dentro dos
trabalhos práticos espíritas, onde a mediunidade recebe a devida atenção, já
que seu exercício é, segundo relato religioso, “um dos fatores mais atraentes
do Espiritismo”.
(...)
O Evangelho de Lucas revela a
visão presenciada por Zacarias, no interior do santuário do templo, quando um
Mensageiro Espiritual, chamado Gabriel, aparece ao ancião, comunicando-lhe a
notícia alvissareira da encarnação de um grande missionário em seu lar, um
filho, a quem seria chamado de João. A entidade relata a Zacarias a respeito da
elevada posição hierárquica do Espírito a encarnar (Lucas 1:14-15), revelando-o
como o profeta Elias que teria de voltar, segundo uma profecia de Malaquias.
Inclusive, Gabriel repete a mesma frase, dita por Malaquias, quando alude à
reencarnação de Elias: “E irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para
converter os corações dos pais aos filhos” (Lucas 1:17 e Malaquias 4:5-6) O
arauto angelical Gabriel, descrito como “homem” por Daniel (Daniel 9:12), é o
mesmo ser desencarnado que aparece depois a Maria, anunciando-lhe o nascimento
de Jesus. Mais uma vez, o fenômeno mediúnico se destaca nessas passagens
evangélicas. Ignorá-lo, é desconhecer a verdade absoluta que emerge dos textos
bíblicos. Não reconhecê-lo, corresponde a não aceitar como verdadeiro O Livro
dos Espíritos. O reverendo Bittencourt, na trevosa ação de inútil ceifador do
Espiritismo, está também demolindo os alicerces de sua própria crença, negando
a própria “palavra de Deus”, a Bíblia, o “livro sagrado” do Clero. (...) Na
Primeira Epístola de Pedro, Capítulo um, versículo onze, está inserida a
comprovação de que os profetas serviram de intérpretes da Espiritualidade
Superior: “O Espírito Jesus estava com os profetas”, como também a afirmação do
Livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo sete, versículo cinqüenta e três: “Os
profetas receberam a lei por ministério dos anjos” , ou seja, através de
mensageiros espirituais. Os profetas eram, portanto, médiuns, dotados,
principalmente, da mediunidade da Psicofonia ou Incorporação. (...) Quanto ao
fato de espíritos inferiores, ainda não esclarecidos, poderem-se comunicar, é
preciso esclarecer que nem sempre mediunismo é Doutrina Espírita. Os
profitentes da 'Terceira Revelação Divina' seguem, com muita vigilância e
atenção, o ensinamento de João: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito:
antes, provai os espíritos se procedem de Deus” (1a Epístola 4:1) Um único
texto do Novo Testamento põe por terra a afirmação do clérigo de que não há
comunicação de Espíritos. O ensinamento de João é bem claro: existem seres
esclarecidos (provêm de Deus) e Seres Inferiores (não dêem crédito) (...)
Na realidade, o prelado,
afirmando a heresia de que os desencarnados parecem acompanhar os vivos, está
fornecendo um atestado de repúdio às letras bíblicas. Afinal, que estavam
fazendo, em alto monte, os espíritos desencarnados, Elias e Moisés,
materializados, acompanhando os 'vivos' que lá estavam, representados por
Jesus, Pedro, Tiago e João?
(...)
A propósito, tenho ainda
outras abordagens bíblicas, a serem digeridas por todos aqueles que negam a
presença dos desencarnados, acompanhando os “vivos”:
1 - Após a transfiguração de
Jesus e já aparecendo, materializados, dois grandes vultos do Antigo Testamento,
Moisés e Elias, deveriam estar os apóstolos Pedro, Tiago e João bem acordados,
e, sem dúvidas, tensos, devido a grande quantidade de adrenalina circulante em
seus corpos. Contudo, para tristeza dos que negam o fenômeno mediúnico e para
gáudio dos espíritas, o evangelista Lucas diz que “Pedro e seus companheiros
achavam-se premidos de sono” (Lucas 9:32). Por que estavam adormecidos?
2 - No primeiro livro de Reis,
há também uma descrição bem expressiva, em relação ao tema. O profeta Elias
achava-se em fuga, porquanto estava jurado de morte pelo assassínio dos
profetas de Baal. Depois de uma longa caminhada pelo deserto, assentou-se
debaixo de um arbusto. “Deitou-se, e DORMIU debaixo do zimbro” (I Reis 19:5).
Um mensageiro espiritual, materializado, toca-o e lhe diz: “Levanta-te e coma”.
A sua frente, se encontravam, materializados, um pão cozido sobre pedras e uma
botija de água. Após ter comido e bebido, voltou a dormir. Após algum tempo,
ressurge novamente, materializado, o ser espiritual, tocando outra vez em
Elias, mandando-lhe comer e beber. A seguir, ordenou-lhe a partida (I Reis
19:6-8)
Por que dou tanta importância
ao fato de Elias estar adormecido, antes da chegada do espírito materializado?
3 - No livro dos Atos dos
Apóstolos, encontra-se a informação de que Pedro se achava aprisionado à mando
de Herodes, DORMINDO na prisão, entre dois soldados, acorrentado com duas
candeias. Eis, porém, que surge uma entidade espiritual, materializada, e a cela
apresenta-se totalmente iluminada. O ser extrafísico, tocando o lado de Pedro;
o desperta e lhe diz: “Levanta-te depressa. Cinge-te, a calça as tuas
sandálias. Põe a tua capa, e segue-me” (Atos 12:5-8). A seguir o Evangelista
Lucas cita duas referências a Pedro que, “para os que não tem ouvidos para
ouvir”, parecem ser enigmáticas: “Pedro não sabia o que era real, o que se
fazia por meio do anjo ou mensageiro espiritual; parecia-lhe uma visão” (Atos
12:9). “Então, Pedro, caindo em si...” (Atos 12:11) Por que grifei Pedro
dormindo no cárcere? Qual a explicação para as impressões vivenciadas pelo
apóstolo já fora da cela?
4 - O fato a seguir ocorreu
com Paulo e Silas, açoitados e presos. Os valorosos discípulos de Jesus se
encontravam no cárcere, com os pés presos a um tronco. “Por volta da
meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus... de repente
sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se
todas as portas, soltaram-se as cadeias de todos” (Atos 16:23-26) No outro
versículo, está uma afirmação assaz claríssima para o entendimento espírita: “O
Carcereiro despertou do SONO” (Atos 16:27).
Por que mais uma vez foi
ressaltado o fato de alguém estar dormindo? Por que os textos ressaltam alguém
estar adormecido, num momento tão importante como o da materialização de
Espíritos? Sem dúvida, a palavra autorizada do Consolador surge à nossa frente.
O Mestre não nos deixou órfãos, já que a Revelação Espírita, com o beneplácito
da ciência, vem esclarecer a todos a respeito da Ectoplasmia e responder as
questões por mim formuladas. O Espiritismo ensina que tanto no fenômeno da
Materialização, como no de Efeitos Físicos, há o aproveitamento de uma
substância, eliminada por um médium, adormecido, denominada ectoplasma. Na
materialização, o ser desencarnado se apresenta visível e tangível, devido a
impregnação de sua vestimenta espiritual pelo ectoplasma, cedido por um
sensitivo, acrescido dos que se formam dos participantes da reunião ou, até
mesmo, da natureza. A produção de efeitos físicos é realizada, graças a uma
condensação de ectoplasma, dando ensejo à produção de pancadas, ruídos, voz
direta e sematologia. Tanto nos fenômenos de efeitos físicos, quanto na
Materialização, há necessidade da presença de um médium que tenha a faculdade
de liberar substância essencial à realização do fenômeno da ectoplasmia. O
sensitivo recolhe-se a uma cabine escura onde se deita e, profundamente
adormecido, exterioriza-se o ectoplasma por diversos orifícios do seu corpo,
principalmente da boca e das narinas. (...) No “Monte da Transfiguração”, os
apóstolos Pedro, Tiago e João serviram-se de médiuns, cedendo ectoplasma para a
materialização de Moisés e Elias. Daí o fato de estarem “premidos de sono”. O
fato acontecido com Pedro foi semelhante ao acontecido com Elias. Estava
dormindo, em transe profundo, cedendo ectoplasma, proporcionando a aparição
tangível de um Arauto Espiritual que, inclusive, toca em Pedro, acordando-o. Ao
sair da prisão, o discípulo acompanhava o Espírito, pensando ter uma visão,
isto é, acreditando-se fora do corpo físico, em desdobramento ou projeção da
consciência. Estava realmente confuso, o que vem confirmar que estava acordando
de um transe profundo. Essa hipótese é real, porquanto o apóstolo já sozinho,
“caiu em si”, isto é, estava compreendendo o que se passava, achando-se
“inteiramente lúcido” (Atos 12:11). Em relação a Paulo e Silas, curiosamente,
era o carcereiro, o médium de ectoplasma. Daí o texto ser bem claro: “O
carcereiro despertou do sono”. Para os que já têm 'OLHOS DE VER' e 'OUVIDOS DE
OUVIR' é perfeitamente entendida a mensagem, um tanto enigmática da Bíblia, em
que nos fenômenos de materialização e de efeitos físicos descreve-se sempre
alguém adormecido. (...) O prelado cita os 'aparentes' fenômenos do 'copo
falante', da psicografia e das casas mal-assombradas. A sematologia resume-se
na movimentação de objetos mediante a ação dos espíritos sobre a matéria
inerte. Talvez o padre desconheça que, na Bíblia, existe uma referência à
prática da mediunidade do copo. É encontrada, no Livro de Gênesis, capítulo 44,
versículo 5: o undécimo filho de Jacó e o mais velho de Raquel, José,
personagem ilustre do Antigo Testamento, utilizou 'o copo, em que bebia, para
fazer adivinhações'. Na Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB), tive a
oportunidade de presenciar várias reuniões de Sematologia. Alguns
parapsicólogos relatam que o fenômeno é causado pela ação do 'inconsciente dos
sensitivos'. Pois bem, os médiuns que estavam em ação, movendo o copo, eram todos
cegos, botando por terra as razões materialistas para o processo da
Sematologia. Quanto a psicografia, há relatos e comprovações científicas
abundantes dos trabalhos desempenhados por Francisco Cândido Xavier, Divaldo
Pereira Franco, Mirabelli e muitos outros. Inclusive, mensagens celeremente
escritas, no papel, em idioma estrangeiro não conhecido pelo médium. Algumas
comunicações apresentando-se com as palavras dispostas de trás pra frente,
podendo somente ser lidas ao espelho. Outras, sendo encerradas com a mesma
assinatura que o 'morto' tinha em
vida. Em relação ao fenômeno de 'Poltergeist', existem,
amiúde, pesquisas científicas atestando a presença de espíritos do além agindo
no ambiente, utilizando a energia ectoplasmática de um médium."
Capítulo VIII do mesmo livro:
"Agora, o sacerdote
utiliza-se das armas das chamadas Escrituras Sagradas e da munição das leis
mosaicas, para combater a Doutrina dos Espíritos, relatando o seguinte:
Para quem é cristão, o texto
bíblico tem valor de guia fundamental. Ora, a Bíblia condena eloqüentemente a
evocação dos mortos:
Lv 19, 31: “Não vos voltareis
para os necromantes nem consultareis os adivinhos, pois eles vos contaminariam”
Lv 20, 6: “Aquele que recorrer
aos necromantes e aos adivinhos para se prostituir com eles, voltar-me-ei
contra esse homem e o exterminarei do meio do seu povo”.
Lv 20,27: “O homem ou a mulher
que, entre vós, for necromante ou adivinho, será morto, será apedrejado, e o
seu sangue cairá sobre ele ou ela.”
Dt 18,10-14: “Que em teu meio
não se encontre alguém que queime seu filho ou sua filha, nem que faça
presságio, oráculo, adivinhação ou magia, ou que pratique encantamentos, que
interrogue espíritos ou adivinhos, ou ainda que evoque os mortos; pois quem
pratica essas coisas e abominável a Javé... Eis que as nações que vais
conquistar, ouvem oráculos e adivinhos. Quanto a ti, isso não te é permitido
por Jave teu Deus”. (Ver ainda II Rs 17, 17; Is 8,19s)
Antes de abordar o assunto da
suposta condenação da mediunidade, fico surpreso que de toda a Bíblia,
contendo, em especial, os dignificantes ensinamentos do Novo Testamento, o
sacerdote se socorra de alguns textos de Moisés, esquecendo-se ou ignorando os
demais do Antigo Testamento.
Trago, então, algumas
considerações, com exemplos, para meditação e esclarecimento de todos os
irmãos, retirados do livro Razão e Dogma, de minha autoria:
As pernas de diversos crimes:
Deus dita leis absurdas a
Moisés que, na época em que vivemos, contradizem o caráter divino da Bíblia.
O livro de Levítico
corresponde a um tempo de grande atraso, onde as pessoas viviam em tribos
hostis e sanguinárias. Estranhas leis eram sancionadas, tão humanas e tolas
quanto o modo de pensar da Humanidade de então. É incrível que ainda se pense
numa ordenança divina, quando é fácil constatarmos a presença da frágil
ignorância humana.
A pena capital é outorgada aos
homossexuais, aos adúlteros, aos idolatras e aos feiticeiros. É surpreendente a
menção da expulsão do seio do povo daqueles que praticaram um relacionamento
sexual durante a época da menstruação (Levítico 20:18)
Se a filha de um sacerdote se
desonra, profana o seu pai, com fogo será queimada (Levítico 21:9)
Os deficientes físicos,
descendentes dos sacerdotes, são proibidos de penetrar no altar, ou mesmo de
'oferecer o pão do seu Deus'. Um intenso e desumano preconceito é observado na
leitura atenta dos textos de Levítico 21:16-24;
'Deus' faz exigências quanto a
oferenda: É incrível que alguns religiosos exaltem tanto todos os textos
bíblicos, quando utilizando a lógica e a razão, verificamos um sem-número de
absurdos. O 'Deus', ao qual se refere o livro de Levítico 22:17-18, marcadamente
bem humano e impertinente, ordena que a oferta, a ser oferecida no altar, seja
de animais sem defeitos. Mais exigente, ainda, quando determina que não devem
ser ofertados animais que tiverem os testículos machucados, ou moídos, ou
arrancados, ou cortados (Levítico 22:24). Finalizando o lamentável capitulo,
'Deus' se identifica como o 'SENHOR' e diz: 'Não profanareis o meu santo nome,
mas serei santificado no meio dos filhos de Israel: Eu sou o SENHOR que vos
santifico'. '...que vos tirei da Terra do Egito, para ser o vosso Deus: Eu sou
o SENHOR' (Levítico 22:32-33) Tudo isto não é muito triste, caro leitor?
A recompensa dada por 'Deus'
aos seus obedientes seguidores:
No mesmo livro em tela, o
'SENHOR' afirma que, para todos que guardarem e cumprirem os mandamentos, dará
chuvas ao seu tempo; a terra dará sua messe, e a árvore do campo o seu fruto
(Levítico 26-3-4). 'Mais adiante, 'Deus' diz o seguinte: 'Perseguirei os vossos
inimigos, e cairão a espada diante de vós. Cinco de vós perseguirão a cem, e
cem dentre vós perseguirão a dez mil...' (Levítico 26:7-8) 'Não é a toa que
esse mesmo 'Deus' se denomine o 'SENHOR DOS EXERCITOS'. É incrível, fantástico
e extraordinário que o próprio 'Deus' desrespeite o seu mandamento - 'NAO
MATARÁS' (Êxodo 20:13);
9) Os castigos da
desobediência:
''Deus' ameaça a todos que
rejeitarem os mandamentos e estatutos com as seguintes penas:
a) ‘Porei sobre vós terror, a
tísica e a febre ardente que fazem desaparecer o lustre dos olhos e definhar a
vida...’ (Levítico 26:16).
b) 'Voltar-me-ei contra vós
outros, e sereis feridos diante de vossos inimígos...' (Levítico 26:17);
c)‘Trarei sobre vós a espada
vingadora de minha aliança...enviarei a peste para o meio de vós e sereis
entregues na mão do inimigo’ (Levítico 26:25).
d) 'Com furor serei contrário
a vós outros, e vos castigarei sete vezes mais por causa dos vossos pecados'
(Levítico 26:28).
e) Destruirei os vossos
altos...' (Levítico 26:30).
f) Reduzirei as vossas cidades
a deserto e assolarei os vossos santuários...' (Levítico 26:31)
g) 'Assolarei a terra...'
(Levítico 26:32).
Um 'Deus' vingativo e mau,
totalmente em desacordo com a primeira epístola de João, que nos consola, afirmando-nos:
'DEUS É AMOR' (I João 4-8) (Retirado do capitulo XII do livro Razão e Dogma,
Editora O Clarim, do mesmo autor/Américo D. Nunes Filho)
Quanto ao tema em tela, o
padre comete um erro de interpretação. Nem a Bíblia, e muito menos Moisés,
'condena eloqüentemente a evocação dos mortos'. Os textos são perfeitamente
elucidativos, a respeito da mediunidade praticada por seres humanos bem
inferiores, em intercâmbio com espíritos atrasados, principalmente para fins
divinatórios, porquanto necromância é a invocação dos mortos para adivinhações.
Não se deve esquecer, por
exemplo, dos idólatras que, nos cultos aos deuses de Baal, praticavam a magia
negra, utilizando-se de sacrifícios humanos. A pratica da mediunidade foi
proibida, pelo legislador hebreu Moisés, de ser exercida pelos politeístas,
exatamente os que adoravam espíritos inferiores que se apresentavam ou eram
identificados como deuses. O intercâmbio mediúnico, praticado pelos sinceros
adeptos do monoteísmo, não era condenado. Algumas passagens nas escrituras,
claramente, confirmam o fenômeno da mediunidade:
...Manasses, após seu
cativeiro em Babilônia, voltou-se, arrependido, para Deus, abandonando a seita
idólatra de Baal, após o que ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor seu
Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais' (II Cr 33:12).
Consequentemente ouviu '... as palavras dos videntes que lhe falaram em nome do
Senhor, Deus de Israel...' (II Cr 33:18).
A exclamação de Moisés ('Oxalá
todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espirito)
Livro de Números, Cap. 11, vers. 29, ressalta que as evocações dos mortos não
eram proibidas para os que seguiam verdadeiramente os passos do legislador
hebreu. É necessário esclarecer que, para o povo hebreu, os fenômenos
mediúnicos eram permitidos e louvados, já que os seus medianeiros não obtinham
vantagem financeira, nem eram associados a magia negra e a necromancia. Mesmo
que a condenação mosaica fosse para todos, sabe-se que o Mestre Jesus não
ratificou tudo quanto disse Moisés, provando que nem tudo o que veio do
legislador judeu é divino (ver Mateus 5:38-48; João 8:1-11). ‘Aliás, se há no
Velho Testamento uma proibição que foi claramente contestada pelo Mestre, essa
proibição é, nada mais, nada menos, a que impede o intercâmbio com o plano
invisível. Jesus, tomando consigo a Pedro, Tiago e João, levou-os a um alto
monte e se transfigurou diante deles (Mt 17:2). Ali apareceram gloriosamente
materializados, Moisés e Elias, que conversaram com o Cristo a respeito de sua
futura crucificação. Diga-se de passagem que os apóstolos, presentes a reunião,
cooperaram ativamente para a produção do fenômeno, uma vez que estavam tomados
de sono’ (Lc 9:32). Ora, só sentiria sono em tais circunstâncias quem estivesse
cedendo ectoplasma, porquanto não se compreende que alguém possa ficar
sonolento diante de fatos tão espantosos, como os que se deram no 'monte da
transfiguração'. Apesar da presença de Jesus, que por si só dispensaria todo e
qualquer concurso alheio para a manifestação do Plano Superior, os apóstolos
forneciam ectoplasma, o que explica não estarem em plena posse de sua
consciência vigil.
E IMPORTANTISSIMO RESSALTAR
QUE O PROPRIO MOISÉS, 'MORTO' há tanto tempo e AGORA MATERIALIZADO no monte,
FOI JUSTAMENTE QUEM PROIBIU O CONTATO COM OS 'MORTOS...
A proibição de Moisés é
inteiramente ratificada pela Doutrina Espirita, que igualmente condena a
evocação de espíritos atrasados, com o fim de sortilégios e adivinhações.
O que se vê, em tudo isto, o
que ai se proíbe, não é propriamente o contato com os espíritos, e sim, a
utilização desse contato para fins divinatórios. Não era, porém, esse o único
motivo para que Moisés proibisse o intercâmbio com o invisível. É necessário
atentar para a missão histórica do povo judeu. Ele tinha que transmitir a
Humanidade e de maneira insofismável a noção monoteísta. A crença num único
Deus era outrora propriedade de iniciados e só a conheciam os que pertenciam a
escolas secretas. Os judeus tinham que vulgariza-la; era necessário, portanto,
que sua atenção não se desviasse do Deus Supremo, o que fatalmente aconteceria
caso o contato com os espíritos lhe fosse franqueado. Convém não esquecer que
foi graças ao monoteísmo, que de Israel, 'encruzilhada do mundo', ponto de
encontro entre várias culturas, surgiu o Cristianismo'. (Trechos retirados do
Capítulo A Suposta Proibição Mosaica do Exercício Mediúnico, do livro Razão e
Dogma, Editora O Clarim). A seguir, o escritor clerical afirma: 'A proibição se
deve não a suposição de que os mortos sejam incomodados pelos vivos, mas ao
fato de que não há receita que garanta a comunicação entre vivos e mortos. A
necromância é superstição. A oração que os cristãos dirigem aos santos, não se
baseia em formulas ou receitas mágicas, mas unicamente na convicção de que Deus
quer conservar a comunhão entre os membros do Corpo Místico de Cristo; por isto
Ele faz que os justos no céu tomem conhecimento das preces despretensiosas que
lhes dirigimos na Terra e, em conseqüência, intercedam por nós'.
Nada se pode aprender de
importante para refutação, nessa maçante ou arrazoadora declaração.
"Depois, o religioso dá o
seu ultimo grito de guerra, ja sem munição: Quanto ao caso de Saul, que evocou
Samuel mediante a pitonisa de Endor e foi atendido (Cf. 1 Sm 28, 5-15), não é
paradigma, pois diz a própria Bíblia que Saul foi condenado por causa disso
(cf. 1 Cr 10:3). Deus permitiu que Saul recebesse de Samuel, naquele momento, a
advertência de que estava no fim sua vida terrestre e no dia seguinte ia
morrer; foi por causa da importância solene daquela hora que Deus permitiu a
resposta de Samuel; ela não foi provocada pela arte da adivinhação; esta apenas
forneceu a ocasião ou as circunstâncias da manifestação de Samuel.
De inicio, parabenizo o
sacerdote por não se referir ao “diabo”, como sendo Samuel, teoria de muitos
exegetas protestantes, tentando negar o aparecimento de um espirito, ao qual,
pela sua crença, deveria estar dormindo, aguardando a absurda e anticientífica
“ressurreição dos corpos”. Quanto a passagem, em que o rei Saul procura a
pitonisa de Endor, é preciso que se faça algumas reflexões:
1 - O monarca, preocupado que
estava com os filisteus, solicitou uma comunicação do Espirito Samuel;
portanto, para fins divinatórios, desejava o intercâmbio mediúnico;
2 - Não recebeu o que ansiava,
através dos profetas ou médiuns de Israel, nem pela mediunidade de efeitos
físicos (Urim), nem pelo desdobramento do corpo espiritual (sonhos), (I Samuel
28:6);
3 - Foi ao encontro de uma
pitonisa, disfarçado, porquanto o rei tinha desterrado todos os que praticavam
a mediunidade de forma inferior para adivinhações e magia negra (I Samuel
28:3);
4 - Através das faculdades
paranormais da inferior medianeira, o Espirito Samuel diz a Saul que ele e seus
filhos, no dia seguinte, seriam mortos, na peleja contra os filisteus (I Samuel
28:19).
5 - O motivo da condenação de
Saul está bem claro nos versículos 18 e 19. Disse Samuel: “Como não deste
ouvidos a voz do Senhor, e não executaste o que ele no furor de sua ira ordenou
contra Amaleque, por isso o Senhor te fez isto (não receber a mensagem
mediúnica dos médiuns hebreus)... e amanhã tu e teus filhos estarão comigo...”
Para os leitores desatentos ou
que desconheçam estes versículos, o padre parece passar o ensinamento falso, o
de Saul ter sido punido por Deus pelo motivo de ter consultado um “morto”.